segunda-feira, 20 de outubro de 2008

gastrite

fingi que não tinha que andar pra frente. então, pra esquecer, andei e venci o dia. mas quando a gente pára, e quando chega a noite, o cérebro nos manda a informação: você tem que seguir pra frente. ou matar tudo o que você conquistou nesses últimos dias: uma grande ilusão? nunca é fácil desistir. andar pra frente é mais duro que levar um não. é aniquilar qualquer coisa que reste de esperança dentro. é preciso andar, pra frente, porque não se pode parar e ficar a mercê de qualquer coisa. é preciso fazer e fazer dói o estômago. hoje acho que tive gastrite. deve ser isso que ouvia de minha mãe quando era pequeno. nunca entendi. aos 28 veio a revelação. e, pior que isso, tive angústia, esta velha conhecida, que dói o corpo e pára na garganta. mas eu respirei fundo. apertei as teclas da modernidades. coração bateu mais forte. e falei. palavra atrás de palavra. como se fosse calmo. como se fosse seguro. senti muito medo. renovei o medo. a angústia, que momentaneamente parou, já tá na estaca 0.1. começou de novo. do zero. mas meu coração desacelerou um pouquinho. pra bater mais forte quando precisar, se é que vão permitir, se é que vou permitir, e agüentar apenas a única grande certeza que me resta: a ilusão se mantém.

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