sexta-feira, 31 de outubro de 2008

trabalho

falo falo ligo converso

alguém clica

título (sem ponto) explicação do título (sem ponto) primeira linha, tente dizer algo interessante (ponto) mais linhas e mais pontos pronto $$$ e só

quinta-feira, 30 de outubro de 2008

gosto amargo - parte 1

"agora que tu não precisa mais de mim, seja muito feliz"

o apartamento tava no teu nome. e agora você tem dinheiro. e você não me liga mais. e a gente já está separado. então paga a porra da pintura. tá tudo encaixotado. tudo bonitinho nas caixas de papelão que pedi no supermercado. enquanto arrumava as tuas coisas, os teus móveis comprados na etna (seu brega), eu chorava. ainda havia amor dentro de mim. que se esvaía a cada gotinha que saía dos meus olhos. sim, eu nunca paguei de fino. sempre fui um brega assumido.

eu mandei a minha cama embora. viu? minha cama, que a gente dormia junto, de volta pro sul, pra casa dos meus pais. era cama cara, cama boa, que tu nunca mereceu. e tive que abadoná-la porque agora você se foi. e eu vou morar com a mala daquela retardada que eu conheci no meu intercâmbio pro chile. só um idiota como eu pra estudar espanhol durante um mês inteiro. e você fingia achar lindo essa minha mania de passar trinta dias no mesmo lugar estudando uma língua.

morar no rio, não era isso que tu queria? tem que dar o deu rabo, tem que ser simpático. mas isso não é novo pra ti. e eu não posso ir junto. porque o fio de orgulho que me sobrou não me faz tão louco de abandonar o nada que eu tenho aqui pra ficar com o nada do teu lado no rio. pra tentar algo do teu lado porque tu deixa bem claro que eu não sirvo mais. de que adianta meu salário de redator e meu empreguinho agora pra ti hein. filho da puta. abre o teu sorriso. não precisa mais me agüentar. a porra do meu dinheiro não te serve. e meu corpo, que nunca te satisfez, é o mesmo.

desço o edifício com nojo. e te ligo. e tu não atende e deixo recado. no bar da esquina eu recebo uma mensagem tua que tudo bem. que o pobre do teu irmão vai dar um jeito no apartamento. pra eu ficar tranqüilo? como assim, seu merda. porque agora te enchem o rabo de dinheiro. seu podre. agora tu me quer tranqüilo? vai pagar pensão, vai?

eu sigo aqui. discurso aquele monte de merda pra carol. ela nunca falou nada pra mim, mas sempre soube que tu era um merda. e como todo mundo é merda nessa vida, talvez ela te trate bem um dia. porque tu tem grana e em breve vai ser famoso. e eu sinto tanto nojo de tudo isso.

O que aconteceu: parede pichada, apartamento vazio no centro de são paulo com várias caixas, escadas, frente de prédio no centro, bar, ligação a cobrar e mais bar. vai ter conversa com amiga.

se não me apertas

preciso me envolver no teu corpo. tudo aqui dentro pede. cansei do mental. metafísica? não seja chato. não me venha com essas palavras que me matam aos poucos: calma: espera. porque espera é incerteza. e, quando tu me pede calma, tu me exige paciência. nunca tive. sempre foi puro fingimento. aos poucos vou aprendendo a morrer como uma pessoa normal. sem grandes manifestações. como se por aqui não passassem emoções. choques. nervos. sinapse. essas coisas que matam. que desgastam os neurônios. que lascam o cérebro. que desaceleram o coração. que fazem o sangue circular: sangue doce. queria gastar a minha energia no abraço. e não no aperto do coração.

domingo, 26 de outubro de 2008

de repente calmaria

vamos respirar fundo. vamos seguir a passos lentos? porque as coisas tem que acontecer. não dá mais pra esperar. quero o teu sorriso. quero o teu desprezo. quero qualquer coisa. mas que venha de ti. pra mim. qualquer sentimento. pra me aquietar. pra ter um final. e um começo. de repente a certeza: preciso de calmaria.

sexta-feira, 24 de outubro de 2008

à espera de qualquer fim

falo pelos cotovelos sobre a mesma coisa. pra não pirar. pra não enlouquecer enquanto tento decifrar os sinais. por que não tão claro? será de propósito? será um mistério? ou será que tudo é da minha cabeça? porque o novo prazo já começou. e isso me tortura. destrói tudo duma vez. eu me agüento. por ora não faço merda. fico esperando. acreditando que aquele sinal pode ser pra mim. pra quem mais seria? eu mereço esse sinal? vejo a foto e penso que quero, que quero muito. é aquele sorriso que quero ver no teu rosto no nosso encontro. q vai ter? temo estragar, mesmo antes de qualquer coisa. aposto todas as minhas fichas. e me mato por dentro. e escrevo. palavra por palavra. pra tentar me entender. pra tentar decifrar algo que não se tem certeza. ainda se fosse um beijo. um sinal mais claro pra mim que diga: é pra ti. por enquanto, somente especulação. uma angústia. e comida a conta gotas. pode ser bom. pensar em dizer vai me aniquilando aos pouco.

quarta-feira, 22 de outubro de 2008

a nossa mesa

na mesma mesa que te conheci, sentei ontem. e não consegui nos enxergar. o vinho não era o mesmo. a situação não era a mesma. e eu era o mesmo que estragou tudo. hoje o caminho não foi com plantas, aquelas que surgiram após eu conhecer a tua tristeza que me entendeu. desviei a rota para chegar a tempo. fui pela rota mais cara. porque ontem perdi tempo demais. em vão, mais uma vez.

segunda-feira, 20 de outubro de 2008

gastrite

fingi que não tinha que andar pra frente. então, pra esquecer, andei e venci o dia. mas quando a gente pára, e quando chega a noite, o cérebro nos manda a informação: você tem que seguir pra frente. ou matar tudo o que você conquistou nesses últimos dias: uma grande ilusão? nunca é fácil desistir. andar pra frente é mais duro que levar um não. é aniquilar qualquer coisa que reste de esperança dentro. é preciso andar, pra frente, porque não se pode parar e ficar a mercê de qualquer coisa. é preciso fazer e fazer dói o estômago. hoje acho que tive gastrite. deve ser isso que ouvia de minha mãe quando era pequeno. nunca entendi. aos 28 veio a revelação. e, pior que isso, tive angústia, esta velha conhecida, que dói o corpo e pára na garganta. mas eu respirei fundo. apertei as teclas da modernidades. coração bateu mais forte. e falei. palavra atrás de palavra. como se fosse calmo. como se fosse seguro. senti muito medo. renovei o medo. a angústia, que momentaneamente parou, já tá na estaca 0.1. começou de novo. do zero. mas meu coração desacelerou um pouquinho. pra bater mais forte quando precisar, se é que vão permitir, se é que vou permitir, e agüentar apenas a única grande certeza que me resta: a ilusão se mantém.

atuação

a cena foi perfeita no meio do cotidiano. ele me contou em meio ao vinho. no meio dos doentes, ele entrou e, no meio daquilo tudo, inventou uma farsa. foi aplaudido, recebeu carinho por (pare)ser um problemático como todos que ali estavam na sala. chorou. nunca mais voltou àquele lugar, pois tudo era uma mentira.
comigo, será que não é uma atuação também? provável. eles gostam de platéia. e como sou um debilóide presa fácil, bato palmas. uma pessoa pode ser muitas. você enxerga ela como quiser. como boa, como linda, coma má, como ridícula, como vazia. você escolhe. você também pode ajudar as pessoas a te enxergarem. eu tenho escolhido a pior forma. será que às vezes dá errado? será que no meio do caos ridículo da minha fala e dos meus movimentos alguns enxergam o melhor? ou será mais uma atuação, uma carência de mais palmas? patinho feio, carente, eu bato palmas. enganado ou não. é beleza do mesmo jeito.

domingo, 19 de outubro de 2008

um muso

quem escreve precisa de uma dor. eu tenho muitas. eu precisava era de um muso. descobri sexta em meio a vinho bom. ele mandou parar. ele queria terminar com a minha diversão fácil travestida de vinho bom. era o álcool que eu queria no meu sangue. era não pensar que eu tinha um amor. que me enxergava. que me via como eu sou. não via os defeitos. os defeitos eu mostrava com o álcool. porque ele tinha gostado do meu jeito. não do meu jeito com álcool. ele percebeu uma coisa que poucos percebem. então eu o amei. em meio a tudo aquilo. mas o meu amor não vale nada daquele jeito. e meu muso não tem tempo a perder. eu só perco o meu tempo.

enfim um muso. um amor impossível. e um novo blog. não é a volta do romantismo.